Afinal, porque traímos?

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A traição não é uma atitude que se possa chamar de moderna. Trair é romper um elo. É quebrar um laço. É a quebra da confiança.

A traição, em seu sentido mais amplo, não se limita à infidelidade entre casais. A traição pode ser também social, familiar, profissional ou até mesmo em relação aos nossos próprios ideais. Indiferente do estilo em que se apresenta, as marcas deixadas por ela são profundas e eternas.

A história da humanidade está cheia de reviravoltas e traições de todos os tipos. A produção cultural humana como os mitos gregos estão recheados delas, com seus diferentes graus e formas.

Zeus, o deus máximo do monte Olimpo, líder de todos os demais deuses e deusas, era um libertino e traidor assíduo de sua esposa, a neurastênica e ciumenta deusa Hera.

É fato que, em nossa sociedade, a tolerância com a infidelidade masculina sempre foi maior do que com a das mulheres. Com a revolução feminista, no entanto, o sexo dito “frágil” passou a se preocupar menos com a dissimulação de seus atos, e, mais abertamente, a assumir que também está sujeita a dar as suas “puladinhas de cerca”.

 Mas, afinal, porque traímos?

Segundo o autor, psicoterapeuta e especialista em vícios sexuais Dr. Robert Weiss, algumas causas examinadas para a infidelidade de um ou ambos os cônjuges são explicadas pelos mesmos e pela sociedade e mídia em si como  “o ser humano não é monogâmico por natureza”, comparando o ser humano a animais, seguindo o instinto de “espalhar sua semente”.

Dr. Weiss diz também que as redes sociais estão diretamente ligadas aos casos de traição da atualidade.

Em pesquisas realizadas com milhares de homens, a psiquiatra e psicanalista Dr. Gail Saltz explica o porquê maridos traem suas esposas. Algumas porcentagens variam entre:

  • Evitar intimidade, que os assusta. Traindo, eles se distanciam da esposa ou namorada, e assim, concluem que não se machucarão.
  • Pelo motivo contrário, ou seja, para ter intimidade já que o casamento virou rotina e não há comunicação de qualidade, e acham que é mais fácil trair do que conversar e resolver o problema.
  • Diferenças culturais, isto é, crescem vivendo o quase “dever” da conquista, precisando sempre de algo novo para reforçar sua masculinidade e libido.
  • Querem experimentar algum tipo de controle sobre a relação, principalmente se não a tem em casa.
  • Grande parte dos homens trai porque a situação se apresenta sem resistência, ou seja, a oportunidade é fácil ou insistente e eles não têm firmeza suficiente para dizer não às investidas de outra mulher.
  • Uma minoria trai porque conseguiram se livrar de serem descobertos da primeira vez, não resolveram o problema que os levaram a trair, e acabam fazendo novamente, e saem em busca de alguém. Geralmente se envolvem com pessoas de baixa autoestima e que não se importam ou que não conseguem evitar a situação.
  • Uma mínima porcentagem admite que trai porque gosta de variedade, mesmo amando a esposa.
  • Poucos possuem desordem ou vício sexual.

Agora, vejamos alguns dos motivos do porque as mulheres traem:

  • A maioria das mulheres se sente negligenciada, carente, desprezada ou ignorada, mais emocionalmente que sexualmente.
  • Uma boa parte precisa de intimidade física e emocional e possui um marido controlador.
  • Grande parte se sente solitária e cansada da rotina.
  • Uma pequena parte tem desordem ou vício sexual.
  • Algumas não se sentem amadas ou sentem-se inseguras sobre a relação, e traem achando que o marido está fazendo o mesmo, pagando na mesma moeda.

 As diversas reações diante da traição:

As reações ao adultério são as mais diversas. Quando se toma conhecimento do fato através de uma confidência, mantendo-se a privacidade, a tendência é a de se desculpar o traidor.

No entanto, quando a traição se torna pública, o problema aumenta, porque as pessoas envolvidas sentem a necessidade de uma resposta pública. Precisam agir. A ação vai desde um abandono do relacionamento à destruição da outra pessoa, com um homicídio, por exemplo.

Socialmente, isso era até aceito no Brasil há cerca de 30 anos, quando a traidora era a mulher e o homem tinha o direito de lavar a honra com sangue…

Por questões de dependência econômica, as mulheres, geralmente, aceitam melhor a traição, acomodando-se e omitindo-se por temer pela família e por elas mesmas.

Já os homens traídos fazem de tudo para fingir que não sabem. Se assumirem que têm conhecimento da infidelidade, terão que tomar uma atitude perante a sociedade (que aceita muito melhor a traição masculina do que a feminina).

A menos que a relação seja totalmente destituída de sentimentos, é muito difícil suportar a infidelidade, mas, para a maioria das pessoas, ela ainda é um acontecimento muito mais suportável do que a separação. 

Traição significa falta de amor?

Não necessariamente. Tudo depende de como o relacionamento se estabeleceu, desde o início. Uma pessoa pode amar outra, mas isso não significa que esteja disposta a se comprometer a ações e comportamentos socialmente determinados ou permitidos. As formas de pensar e a moral de cada pessoa não estão necessariamente associadas ao amor que sente.

Teoricamente, quem ama respeita e quem respeita procura não trair. No entanto, há casos em que as traições “são experiências fortuitas e ocasionais”. O pior é quando a infidelidade torna-se uma constante e serve como uma muleta para a manutenção de um relacionamento, buscando-se, lá fora, a complementação do que não se tem dentro de casa. Quando isso acontece, é hora de parar e refletir seriamente sobre seus ideais de vida e de relacionamento.

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Flávia Merschmann  & Natália Ceará  – Psicólogas – Bem Viver + (www.bemvivermais.com)

*Flávia Merschmann é colaboradora do Portal Amigo do Idoso. Psicóloga e terapeuta experiente, especializada em Terceira e Quarta Idades. Em constante aprimoramento teórico e com participação ativa em Grupos de Estudos, Simpósios e Congressos. Preparada para tratar depressão, ansiedade, síndrome do pânico, Alzheimer e conflitos de ordem pessoal, familiar, profissional e conjugal..

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