Convivência: Nosso maior desafio

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Pode tranquilizar-se! Você não vai achar aqui a solução de todos os problemas, mas com certeza poderá aprender muito sobre como lidar melhor com eles!

Frequentemente falamos ou ouvimos: “Abaixa o volume!” “Você não fez a sua parte mais uma vez!” “Eu esperava um mínimo de reconhecimento!” “Você é insuportável!” E por aí vai…

Vamos tentar entender…Desde os mais primórdios tempos a convivência já se configurava com regras e modelos práticos, por exemplo: enquanto o homem saía para caçar, a mulher cozinhava, tirava as peles etc., contudo, hoje sabemos que todos esses papéis podem ser perfeitamente revezados e realizados por qualquer sexo com a mesma destreza.

Ok, mas se não são nossos diferentes papeis que dificultam e limitam tanto a convivência, o que seria?

A resposta mais exata com certeza envolve duas palavras: EXPECTATIVA E COMPROMISSO.

Enquanto seguimos desenhando na nossa imaginação um parceiro(a) ideal (ou então mãe, pai, irmão, amigos ideais etc…), eles seguem sendo apenas quem realmente são e é claro que isso nos traz muita frustração, pois nem sempre a realidade combina com o desenho que fizemos (aliás, raras vezes).

Aí está a nascente de toda a dificuldade vivida pela humanidade quando se trata de conviver, principalmente quando se divide um mesmo espaço.

Imaginamos e formulamos expectativas (a nosso modo, é claro) e, a partir daí, nosso cérebro só torce para que essa lógica que construímos ocorra sem vírgulas. Porém, como já percebemos há muito, isso não acontece.

Mesmo assim seguimos imaginando, tentando adivinhar e projetando nos outros nossas necessidades e nossa completude.

Seguindo desse ponto, você já pode imaginar as diversas situações nas quais passa todos os dias com os queridos e queridas no qual convive. Até aqui tudo bem, muito fácil de entender…

Todavia, como vou viver sem planos? Sem expectativas? Quando me vejo já estou pensando no que eu, o mundo e os outros precisam ser e acontecer para que minha vida siga em frente….Como se desliga essa função?!

Pois é…a má notícia é que não temos simplesmente como desligar nossa ÁREA DE PLANEJAMENTO do cérebro, não temos como cessar nossa mente inquieta quando esta começa a bolar expectativas, pois isso garante nossa sobrevivência, nossa rotina, nossas conquistas e aprendizado.

Todavia, podemos e devemos começar, o quanto antes, a flexibilizar, diminuir a intensidade, a frequência e estarmos abertos a redesenhar essas expectativas, o tempo todo. Elas devem ser elásticas, inteligentes emocionalmente e versáteis. Tarefa nada fácil, mas bastante compensadora!

Como isto pode ser compreendido?

É como se todos nós fôssemos peças de um quebra-cabeça, e nossa expectativa é aquele lado fêmea da peça, no qual sabemos que o outro deverá se encaixar para o relacionamento ocorrer, no entanto, é esse “espaço” que devemos flexibilizar, suavizar, permitindo que o outro se encaixe e exerça seu papel do jeito que puder e quiser, como você gostaria que fosse feito contigo, permitindo sua liberdade, sua autenticidade e suas falhas. Certo ou errado?!

Peraí! Então você está dizendo que eu devo ficar me moldando o tempo todo para que os outros possam ser quem são?!!

Não!…Estou dizendo que, caso sua pré-expectativa não seja correspondida, você esteja mais aberto(a) para lidar e entender os motivos, assim não doerá tanto e você tirará maturidade, crescimento e autoconhecimento disso tudo.

Por outro lado, nós não somos tão ruins assim. Muitas vezes até conseguimos imaginar o que o outro espera de nós e acertamos em cheio, porém, com certas pessoas e situações, mesmo você se esforçando 200%, você não atingirá aquela determinada expectativa. Isso ocorre muito em empresas e, por exemplo, com o padrão físico em que uma mulher se espelha.

Isso não significa que você é uma negação ou que foi incompetente, mas sim que, suas capacidades, condições atuais, preferências e estilo de personalidade não se “encaixam” da forma como gostaria. Por isso tantos desencontros, até por quê, o formato das peças não é estável, ele vai mudando com o tempo e se moldando com as experiências.

Por isso que, por vezes, conseguimos nos moldar para encaixar em alguns lugares e relações, mas, em outras vezes, isso não é possível e precisamos buscar o novo….Ou seja, estarmos abertos a encontrar novas “conexões” ou manter as mesmas de uma forma diferente (algo muito complicado, mas não impossível).

Isso tudo ocorre em ambos lados…Não somos correspondidos como gostaríamos e também não somos capazes de corresponder às expectativas alheias em todo momento.

Quando uma nova conexão se estabelece, trazendo certo equilíbrio, segurança e felicidade, devemos buscar crescer junto a ela, nos fortalecendo e aprendendo a sermos melhores.

Se por vezes a coisa não se encaixa tão perfeitamente, algum dos lados precisará se flexibilizar, como dito acima. Isso não ocorrendo, o incômodo permanecerá, como uma inflamação, que se não dada a devida importância, infecciona e adoece.

Portanto, temos que entender que, não há uma maneira mágica de viver onde todas as peças sempre se encaixarão perfeitamente, atendendo às expectativas gerais, mas sim, que podemos e devemos nos flexibilizar sempre que possível e, quando não for possível, ter a sabedoria de abrir mão e seguir em frente.

“Ás vezes, não conseguir aquilo que você quer, é uma tremenda sorte!”. – Dalai Lama –

Lembre-se: É necessário muita coragem para desistir de quem você é hoje, para tornar-se quem você pode ser amanhã!.

Espero que tenha gostado, volte mais vezes, pois sempre há novos conteúdos nossos por aqui! Aproveite para compartilhar nas suas redes sociais e ajudar várias pessoas em suas dificuldades de convivência!

Por: Natália Ceará & Flávia Merschmann – Bem Viver + | www.bemvivermais.com

*Natália Ceará é colaboradora do Portal Amigo do Idoso. Psicóloga, Professional & Life Coach & Palestrante com ampla atuação. Já realizou atendimento à famílias, crianças, adolescentes e grupos. Sua missão é potencializar a autoestima e a qualidade de vida do maior nº de pessoas possível, através da conquista de seus objetivos em todas as etapas da vida.

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