Cartilha traz dicas de saúde para passageiros evitarem incômodos durante o vôo Uma cartilha recentemente lançada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) recomenda medidas para evitar complicações na saúde de tripulantes e passageiros durante os vôos. Com o nome “Doutor, posso voar?”, o manual orienta sobre os cuidados que devem ser tomados antes e durante as viagens. Segundo o CFM, a idéia é trazer mais segurança para as pessoas que estão viajando, principalmente àquelas que já têm algum problema de saúde, explica Vânia Melhado, membro da Câmara Técnica de Medicina Aeroespacial do CFM. “O indivíduo pode voar com infecção? Pode voar com sinusite? Quem tem uma doença cardíaca, por exemplo, teve uma dor no peito ou teve um problema mais sério, quando esse indivíduo pode programar o retorno dele para casa? É com esta preocupação que nós publicamos essa cartilha”, diz. Melhado. O Manual traz recomendações para pacientes que sofrem de doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, pós-operatório e transtornos psiquiátricos. Além disso, há dicas para pacientes em recuperação, gestantes, crianças, entre outros. Segundo o Conselho Federal de Medicina, o guia será enviado para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e para a Infraero, além de ser distribuído às companhias aéreas, sindicatos das empresas de transporte aéreo e entidades de representação das agências de viagem. Veja algumas das recomendações abaixo:
Doenças respiratórias: Viagens aéreas são contraindicadas para passageiros e tripulantes com infecções ativas (pneumonia e sinusite) porque essas doenças podem alterar as respostas fisiológicas durante o voo.Quem é portador de infecções pulmonares contagiosas (tuberculose e pneumonia) não devem embarcar, pois pode ocorrer agravamento dos sintomas, além do risco de disseminação.
Doenças cardiovasculares: Quem tem complicações cardiovasculares devem ser orientados a adiar os voos durante o período de estabilização e recuperação:
Infarto não complicado: aguardar de duas a três semanas.
Infarto complicado: aguardar seis semanas.
Angina instável: não deve voar.
Insuficiência cardíaca grave e descompensada: não deve voar.
Insuficiência cardíaca moderada: verificar com o medico se há necessidade de utilização de oxigênio.
Revascularização cardíaca: aguardar duas semanas.
Taquicardia ventricular ou supra ventricular não controlada: não voar.
Marcapassos e desfibriladores implantáveis: não há contra-indicações. Em casos de AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como derrame: deve-se levar em consideração o estado geral do passageiro e a extensão da doença. Dependendo do caso, é preciso esperar de quatro a 14 dias após a ocorrência do acidente.
Pós-operatório e pacientes em recuperação: Após cirurgias torácicas, como retirada total ou parcial de pulmão, recomenda-se uma avaliação médica antes da viagem, com determinação da normalidade da função respiratória, principalmente no que diz respeito à oxigenação arterial. Em casos de pneumotórax, não é permitido voar. Deve-se esperar de duas a três semanas após drenagem de tórax e confirmar a remissão por exame de raio-X. Após operações neurológicas, pode ocorrer aumento da pressão intracraniana durante o vôo. É preciso aguardar o tempo necessário até a confirmação da melhora. Em cirurgias abdominais: o vôo é contraindicado por duas semanas, em média.
Gesso e fraturas Fraturas instáveis ou não tratadas são contraindicações de vôo. Importante: considerando que uma pequena quantidade de ar poderá ficar retida no gesso, aqueles feitos entre 24 e 48 horas antes da viagem devem ser bi-valvulados para evitar a compressão do membro afetado por expansão normal.
Transtornos psiquiátricos: Não devem voar pessoas com transtornos psiquiátricos cujo comportamento seja imprevisível, agressivo ou não seguro. Já aqueles com distúrbios psicóticos estáveis, em uso regular de medicamentos e acompanhados, podem viajar. No caso de epilepsia, a maioria dos pacientes pode voar seguramente desde que estejam usando a medicação. Aqueles com crises frequentes devem viajar acompanhados e estar cientes dos fatores desencadeantes que podem ocorrer durante o voo, como: fadiga, refeições irregulares, hipóxia e alteração do ritmo circadiano (“relógio biológico”). Recomenda-se esperar 24 ou 48 horas após a última crise antes de voar.
Gestantes e bebês: Para as grávidas, é preciso ir ao médico antes de embarcar. De forma geral, não devem viajar aquelas que apresentarem dores ou sangramento antes do embarque. É preciso também evitar viagens longas. A partir da 36ª semana, a gestante necessita de uma declaração do seu médico permitindo o voo. Em gestações múltiplas, a declaração deve ser feita após a 32ª semana. A partir da 38ª semana, a gestante só pode embarcar acompanhada dos respectivos médicos responsáveis. Não há restrições de voo para a mãe no pós-parto normal, mesmo no pós-parto imediato. Para as crianças, no caso de um recém-nascido, é prudente que se espere pelo menos uma ou duas semanas de vida até a viagem. Isso ajuda a determinar, com maior certeza, a ausência de doenças, congênitas ou não, que possam prejudicar a criança no vôo.
Observações gerais: Recomenda-se levar medicação prescrita pelo médico em quantidade suficiente para ser utilizada durante toda a viagem. Os remédios devem estar sempre à mão, preferencialmente acompanhados pela receita do médico, com as dosagens e os horários. Em caso de deslocamentos que impliquem mudança de fuso horário, o médico assistente deve ser consultado para avaliar se há necessidade de ajustar os horários de ingestão dos medicamentos. Com relação a enjoos, as pessoas mais suscetíveis são aquelas que já o apresentam quando andam de ônibus, carro ou navio. Estas devem evitar a ingestão excessiva de líquidos, comida gordurosa, condimentos e refrigerantes. Recomenda-se também, como medida de precaução, que utilizem os assentos próximos às asas do avião por ser o local de vôo menos turbulento. É preciso procurar assistência médica antes do vôo caso o passageiro ou tripulante apresente: febre alta, tremores (com piora progressiva dos episódios), sangue ou muco nas fezes, vômitos que impeçam a ingestão de líquidos, Sintomas persistentes após uso de medicamentos sintomáticos, além daqueles que tenham sintomas e usam diuréticos, imunossupressores, remédios para diabetes ou hipertensão.
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Fonte: http://noticias.r7.com/saude/noticias/veja-dicas-de-saude-para-viagens-aereas-20101126.html