Está em nossas mãos optar por um jardim colorido ou por um borrão acinzentado.
Saber envelhecer é mesmo uma arte. Ainda mais numa sociedade que valoriza a eterna juventude, como se a velhice fosse algo a temer ou esconder.
Não à toa assistimos a essa profusão de tratamentos e técnicas anti-idade.
Somando-se a isso as dificuldades típicas da passagem dos anos e, de fato, para muitos, esse processo pode se tornar difícil. O primeiro passo é reconhecer as nossas dificuldades frente ao inevitável envelhecimento.
Esta é uma etapa de grandes transformações, em que a pessoa começa a sentir desgastes físicos, a ter limitações que antes não tinha, a sofrer perdas no trabalho, de oportunidades, de pessoas queridas. Os filhos saem de casa. É o último estágio.
O corpo sente falta de água, mas não a tomamos, temos que insistir. Por isso é tão difícil aceitar a chegada dessa etapa.
De nada adianta querer segurar o processo à força, como se isso fosse possível, mas cabe a nós tentar dar uma forcinha para mudar, fazer o melhor.
Não podemos evitar o envelhecimento, podemos exercer, no entanto, influência sobre como queremos envelhecer. Pensem nisso.
O que pode ser feito sim é preparar-se para que ele seja o mais tranquilo possível. Hoje, o envelhecimento saudável é um fator que engloba várias funções que culminam com a expectativa de vida alongada.
Ele impõe não só boa condição física e mental, como também a inclusão social que lhe permita desempenhar tais funções.
É preciso investir na saúde do corpo, adotando bons hábitos desde cedo para preservar, ao máximo, as funções do organismo. Isso inclui exercícios físicos regulares, que melhoram a qualidade de vida.
Após os trinta anos, o corpo humano tende a perder 10% da massa muscular a cada década e a única forma de evitar isso é fazer uso constante dos músculos. Olha a hidroginástica aí gente. Lembram? Já escrevi sobre seus benefícios.
Tão importante quanto preparar o corpo é preparar a cabeça. A participação em grupos é muito importante. Além de inserir-se em equipes de terceira idade, vale fazer cursos, engajar-se em atividades dos mais diversos tipos e se dedicar ao voluntariado.
Viajar com esses grupos tão afins, os mesmos objetivos, os mesmos ideais ou quase.
O importante é não deixar a mente envelhecer. Olhar a vida com os olhos da alma. A espiritualidade também pode fazer muita diferença na hora de encarar os cabelos brancos, ou a calvície. É a hora de devolver para a sociedade tudo o que recebeu. Acima de tudo, é preciso ter objetivos de vida. A terceira idade está conseguindo um espaço em todas as atividades, do trabalho ao lazer. É possível envelhecer com dignidade. Envelhecer é obrigatório, crescer é opcional.
Não dá mais para pintar o sete, mas vale a tentativa. Vamos colorir nossas vidas, quanta coisa linda tem a nossa volta, como exemplos a serem copiadas, anotadas e utilizadas por nós. Minha vida é multicolorida e a sua?
Deixe àqueles que não sabem pintar nem colorir para que aprendam o seguinte: VELHO É O PRECONCEITO.
*Wilson Brinkmann é professor universitário aposentado, Diretor do Conselho Municipal do Idoso, e colaborador do Portal Amigo do Idoso.