Idosos devem ter cuidados especiais no calor

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As altas temperaturas registradas nos últimos dias na cidade podem trazer complicações à saúde, principalmente à dos idosos.

Desidratação, alteração da pressão arterial, confusão mental e agravamento de doenças crônicas são exemplos de problemas que chegam às unidades de saúde e só aumentam a presença das pessoas da terceira idade em serviços de pronto atendimento.

Segundo Thiago Bicalho, geriatra do Hospital Pasteur, embora ainda não existam dados percentuais para comprovar esse aumento, essa é uma constatação dos profissionais que atuam em unidades assistenciais, como é o caso da instituição.

“Nos idosos, o sistema de regulação da temperatura do organismo humano tem menor capacidade. Sendo assim, ele fica com dificuldade de controlar a desidratação nos períodos de intenso calor, como esse que temos vivido neste início de ano no Rio de Janeiro”, observa o especialista.

A combinação do calor e da desidratação em idosos pode provocar tonturas ou até mesmo quedas
A combinação do calor e da desidratação em idosos pode provocar tonturas ou até mesmo quedas

Outra questão importante a se observar é o fato de os idosos sentirem menos sede. Além disso, à medida que envelhecem, as pessoas ficam menos ativas e transpiram pouco, o que significa que o corpo não consegue se resfriar, de modo eficaz, por meio da evaporação do suor, tendendo a um superaquecimento.

De acordo com Bicalho, o ideal é que sejam consumidos de quatro a cinco litros de água por dia, exceto as pessoas da terceira idade que têm alguma orientação médica para beber menos líquido. “Deixar a água em garrafas é uma boa solução para isso”, explica.

O fato de os idosos estarem mais propensos a sofrer de doenças crônicas do que as pessoas mais jovens os torna predispostos a utilizar medicamentos que podem contribuir ainda mais para a desidratação, como é o caso dos diuréticos.

“Nessas situações, seria importante a reavaliação médica com relação ao uso de algumas medicações”, diz Bicalho.

A geriatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) Maria Alice Toledo, esclarece que os sinais clássicos de complicações do calor são lábios e língua secos e a diminuição da quantidade de urina.

Podem também ocorrer alterações de comportamento (agitação ou apatia; confusão mental), dor de cabeça, tonturas, fadiga e mal-estar. Os sintomas de alerta para hipertermia são contraturas musculares, náuseas, vômitos, dor de cabeça, fraqueza, tonturas ou até convulsões.

A combinação do calor e da desidratação em idosos pode provocar tonturas ou até mesmo quedas – inclusive, com repercussões graves -, além do aumento do grau de demência, caso esta já esteja diagnosticada.

“A forma como o calor afeta os idosos é bastante preocupante, mas a maioria desses eventos adversos pode ser evitada. Vale ressaltar ainda que os que moram sozinhos precisam de visitas regulares para que se garanta que eles estejam ingerindo bastante água e com as medicações controladas”, ressalta o geriatra.

Dicas

Veja abaixo nove dicas da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia para aproveitar o verão com saúde e qualidade de vida na velhice:

1. Beba grande quantidade de água – o ideal é consumir no mínimo 2 litros ao longo do dia

2. Nos horários de sol forte procure abrigo em lugares cobertos e arejados ou em áreas que possuam ar condicionado

3. Vista-se com roupas leves, frescas – como as de algodão e cor clara. Óculos de sol e bonés também são aliados na proteção do corpo contra o calor

4. Evite atividade física extenuante na parte mais quente do dia (entre as 10 da manhã e às 16 horas) – em especial a prática de esportes ao ar livre neste período

5. Filtro solar e banhos mais frios são alguns dos cuidados com a pele

6. Evite tomar cafeína e álcool, pois são bebidas que contribuem para desidratação

7. Evite refeições quentes. Privilegie alimentos como as frutas, verduras e legumes, pois são fontes de vitaminas, minerais e fibras, além de serem alimentos mais refrescantes. Sorvetes também devem ser lembrados neste período

8. Alimente-se com uma frequência a cada três horas

9. Lavar e armazenar os alimentos de forma adequada ajudam a evitar contaminação, vômitos e diarreia.

Fonte: previdenciatotal

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