Pesquisa sobre o colesterol total na população feminina, realizada pelo Lavoisier Medicina Diagnóstica, apontou que as mulheres têm mais problemas de colesterol alto do que os homens. O levantamento foi feito por meio de exame de sangue, envolvendo 204.325 mulheres que passaram pelo laboratório no primeiro trimestre (janeiro a março) dos últimos seis anos (2007 a 2012).
As pacientes foram divididas em oito grupos, indo de 0 a mais de 75 anos de idade. O resultado de níveis elevados de colesterol foi que 66,06% (134.979 mulheres) estão acima de 170 mg/dl e 38,38% (78.420) estão acima de 200 mg/dl.
Segundo o Dr. Odilon Denardin, endocrinologista do Lavoisier, o colesterol total é considerado normal quando abaixo de 170 mg/dL e torna-se mais preocupante quando ultrapassa 200 mg/dL. A análise mostrou que há uma procura crescente para a dosagem de colesterol em todas as faixas etárias, com uma média de 10% de aumento anual.
Conclusões
“Apesar de haver uma manutenção das proporções entre as faixas etárias, observa-se que, na amostra de pacientes que têm entre 18 e 25 anos de idade, o número de exames permanece menor que o esperado. E aí vai o nosso alerta para que as mulheres nesta faixa etária intensifiquem os exames de rotina”, sinaliza o Dr. Denardin .
Outra conclusão é que não houve melhora nem piora na média dos níveis de colesterol por faixa etária e no grupo como um todo. “A média de exames elevados, com resultado acima de 170mg/dL, representa entre 65% e 70% (1.397.000 de um total de 204.325 pacientes) em todas as faixas etárias. Deste, 50%, que equivalem a 37% do total (ou 75.188 de um total de 204.325 pacientes), estão acima de 200mg/dL. Estes níveis são considerados anormais”, revela o médico.
O endocrinologista ressalta que a pesquisa foi realizada em pacientes que tiveram o colesterol solicitado por seus médicos e que, portanto, pode incluir um grupo de mulheres já com conhecida deslipidemia familiar ou que estavam realizando exames de controle da doença. Por isso, os resultados da pesquisa podem refletir valores percentuais acima do esperado na população. Porém, grande parte dessas pessoas provavelmente realizou o exame meramente como rotina.
O que é o colesterol alto
Segundo os endocrinologistas, colesterol é a gordura da alimentação absorvida no intestino que entra na corrente sanguínea, sendo transportada por proteínas até formar o complexo lipoproteína (lipo = gordura). As principais lipoproteínas são: HDL (conhecido como o bom colesterol), o LDL (denominado como o mau colesterol) e o VLDL. “O colesterol é necessário para algumas funções do organismo, como a produção de alguns hormônios e ácidos biliares. Mas, em excesso, pode causar problemas”, comenta o especialista.
Quando o colesterol atinge níveis altos, oriundos de distúrbio genético somado à alimentação incorreta, as artérias são obstruídas por blocos de gorduras, que interrompem a irrigação normal do sangue, levando às lesões e até à morte da região atingida. “Como exemplos podemos citar a obstrução das artérias do coração, que pode causar infarto e impedir o órgão de bombear o sangue para todo o corpo, e a obstrução de artérias que irrigam o cérebro, o que pode acarretar um acidente vascular cerebral, conhecido pela sigla AVC”, acrescenta ele.
Diagnóstico e cuidados
Doença silenciosa, o diagnóstico é feito por meio de análises do sangue do paciente. “Eventualmente, o excesso de triglicérides (outra fração de gordura do sangue) pode levar ao surgimento de manchas ou erupções amareladas na pele”, afirmam os médicos.
O ideal é que o paciente procure um médico e se submeta às medidas necessárias. “O tratamento deve ter medicamentos e alimentação adequada – balanceada nutricionalmente e sem excesso de gorduras e, principalmente, com baixo teor de colesterol. Além disso, o paciente deve praticar exercícios físicos regulares”, conclui o Dr. Marchisotti.
Fonte http://www.vidaintegral.com.br/noticias.php?noticiaid=1442